quarta-feira, 14 de março de 2012

O MENINO RABUGENTO


narrador –
Olavinho era um menino muito rabugento. Vivia reclamando de tudo. Se fazia muito sol, reclamava do calor. Se chovia, reclamava da chuva. Era difícil vê-lo alegre. Além disso, todo dia, queixava-se de alguma dor.

olavinho –
(fig.1) – Que dia horrível! Que dor de cabeça. Ih! Estou com dor nas costas e nas pernas...
narrador –
Ele vivia sozinho. Não tinha amigos. Os colegas da escola não brincavam com ele. D. Néa, sua mãe, estava muito preocupada e pensava... pensava... Um dia...
mãe –
(fig.2) Tive uma idéia! Vou chamar meus filhos. Meninos!!... (fig.3)
meninos –
Pronto, mãe.
mãe –
Precisamos ajudar o Olavinho. Tenho um plano, mas é muito importante que todos participem. Posso contar com vocês?
meninos –
Sim, mamãe!
mãe –
Então, não podemos perder tempo. Vamos começar amanhã cedo. É o seguinte...        (aproximar as figuras para D. Néa contar o plano aos três filhos. Todos retiram-se.)
narrador–
No dia seguinte, logo de manhã, Olavinho começou:
olavinho –
Que dia horrível!
meninos –
É mesmo. Que dia horrível!
olavinho –
Meu dedão do pé está doendo.
meninos –
O meu também está doendo! Muito, mesmo!
narrador –
Olavinho arregalou os olhos, muito admirado! (superpor a fig.4)
olavinho –
Mamãe! O que está acontecendo aqui?
mãe –
(meio indiferente) Eu não sei, meu filho. Estou com tanta dor de cabeça...
olavinho –
Ah! Essa não mamãe! Você também!
narrador -
E continuaram os quatro a reclamar de alguma coisa ou dizer que estavam sentindo alguma dor. Até que Olavinho percebeu que sua família estava diferente.
olavinho –
Vocês estão rabugentos, mal humorados, cheios de dor! Quero saber o que está acontecendo aqui! Todo mundo mudou de repente. Eu não gosto dessa família assim. Eu gosto de vocês como eram antes. Estão me incomodando muito! Não agüento mais ouvir tanta reclamação...
meninos –
Muita reclamação aborrece você?
olavinho –
Claro, é tão desagradável só ouvir reclamação!
meninos –
Você acha mesmo que reclamação incomoda? Então ouça. (Os irmãos aparecem com um gravador na mão. (fig.5). Dão um abraço em Olavinho que, muito surpreso, escuta a sua própria voz no gravador).
– Que dia horrível!
– Meu dedão do pé está doendo!...
– Meu chinelo não está no lugar!...
– “Que droga”! Estou sem dinheiro!...
– Que dia horrível!
– Meu dedão do pé está doendo!...
– Meu chinelo não está no lugar!...
– “Que droga”! Estou sem dinheiro!...
– “Que chato” esse dever de casa!...
narrador:
Olavinho nada falou. Mas, toda vez que pensava em fazer uma reclamação (substituir a figura 4 pela 6) lembrava de sua voz desagradável e... calava.

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